Um espectáculo que pretende privilegiar a função ética do teatro, retomando uma velha ideia do contador de histórias, nos quais os protagonistas são pássaros. Um espectáculo para todas as idades.
"Histórias de Pássaros" é um espectáculo a pensar em Peter Brook, do seu espectáculo "A Conferência das Aves" foi roubado "literalmente" o inicio do nosso. São muitas as razões que me levam a pensar em Brook quando levo estas histórias para o palco, o ambiente oriental criado de especial para estas histórias, o espaço vazio tornado sagrado, sacralizado, e sobretudo, essa sugestão do grande encenador europeu de muscular a imaginação.
Um espectáculo para ser ouvido mais do que visto, mesmo quando apenas o único elemento dramático sugerido dentro do palco seja apenas a voz.
Histórias de tradição indígena sul-americana, da Índia e da tradição europeia evocam estas "Histórias de Pássaros" nas quais o tema central é repetidamente o sacrifício das aves pelos seres humanos. Sacrifício que se revela inútil perante a indiferença, presunção, mesquinhez ou soberba das personagens centrais. É nesta vertente que o tema do sacrifício se repete no conto de Anabela Mimoso, aliando o seu relato "O Menino Pássaro" às histórias antigas, único conto original escrito especialmente para este espectáculo.
Roberto Merino Mercado
Outubro 2003
- O Caçador
Temprano,
Muy temprano
Despierta la sombra del cazador...
Temprano,
Muy temprano
Despierta sobre la rama
El hilo de sangre del pájaro
(rmm)
- A Curandeira, O mocho e o Colibri
Conto de tradição oral Moche, inspirado nos ritos que os médicos tradicionais utilizavam no Peru e Bolivia para sarar os doentes. O povo Moche habitava os vales das costas do Norte do Peru, durante os primeiros 700 anos d.C. Destacaram-se na cerâmica pela representação de cenas coloridas dos seus costumes e crenças.
- O Pássaro Barundá
Conto de tradição oral da Índia
- O Rouxinol e a Rosa
De Óscar Wilde
- O Menino Pássaro
Conto original de Anabela Mimoso
- Cantos sobre lenga-lenga de origem popular portuguesa
- O Príncipe Feliz
De Óscar Wilde
- Caminho
O sol é redondo
A lua quatro faces tem
A noite é escura
O dia não é de ninguém
O caminho é longo
Madrugada vem
de Tilike Coelho - 1998