TRUNCAR A SINOPSE
A cena propõe um espaço tangencialmente sacralizado; “porque em tudo há sacralidade”. Esta, no entanto, a que nós quisemos deitar a mão, tender-se-á muito mais à matéria primordial do paganismo do que ao objecto institucionalmente consagrado. Embora lhe vá vestindo a pele ao mesmo tempo que se predispõe a rasgar-lhe as vestes e libertar-se da perversão a que o religioso o submeteu.
Quatro actrizes se colidem com a palavra hilstiana, encerram invocações da presença da autora e se transmutam em entidades poéticas, fazendo uso de um artifício cénico que as revela e as oculta nas dobras de um “eu” dramatológico. A peça procura estar formalmente “antenada” com a escrita palimpséstica e hipertextual da autora. Uma escrita feita de camadas que se entrecruzam a todo o instante. Por outro lado, o ressoar de um coro cósmico, avança e questiona a legibilidade da mensagem.
Moral da história: “Oi. Ai. Não há salvação”.