Um parvo houve por bem
Ir correr a Rússia a fundo
Para ver se via o mundo
E dar nas vistas também...".
E lá vai Babine de terra em terra, calcorreando os vastos caminhos da Rússia, que como todos sabem não é só um país mas muitos países juntos, à procura de outro lugares e gentes nas mais inesperadas situações.
Pretende fazer novas amizades mas nunca encontra as palavras certas para que os desconhecidos aceitem de bom grado a sua presença, diz sempre coisas inconvenientes e não adequadas às situações que encontra.
Sua mãe, mulher e irmã dão-lhe sempre conselhos mas já depois das situações desagradáveis se terem passado. Babine toma nota desses avisos para os seguir em momentos seguintes, o que não resulta dado que são diferentes e requeriam outros procedimentos...
Mas Babine acaba por entender, à sua custa, que tem, de saber pensar pela sua própria cabeça. E ao contrário da história popular pode dizer no final da peça: ontem fui parvo, pois fui, não o serei nunca mais.
Sobre a criação da peça
O Teatro Art'Imagem com 25 anos de existência, é uma das companhias de teatro com mais experiência no teatro para a infância e juventude.
A apresentação deste texto de um monstro sagrado das letras universais, insere-se numa programação que o Teatro Art'Imagem tem vindo a dedicar aos públicos jovens, permitindo-lhes através do teatro, o acesso a pequenas obras-primas dos maiores escritores universais, tentando despertar-lhes a curiosidade pelo teatro e para a leitura das grandes obras, através de uma linguagem cénica, que não abdicando da qualidade dos textos escolhidos, coloca em palco, ludicamente, interpretes, cenografias, figurinos, música e as novas artes audiovisuais, fazendo do teatro para a infância uma arte séria e responsável para também ser vista pelos adultos.
Para esta peça que hoje vos apresentamos, convocamos León Tolstoi, um nome maior da Literatura Universal e Luíza Neto Jorge, uma voz singular da nossa poesia contemporânea.
“Babine, o Parvo”, é quase um espectáculo bilingue, com alguns textos falados em russo, em homenagem à história, cultura, literatura e língua russa e também às comunidades de imigrantes que connosco vivem e trabalham. Um pretexto também para falar de acontecimentos históricos, movimentos e personalidades artísticas do teatro e do cinema, da música e da dança, da pintura e da literatura, que influenciaram o mundo em que vivemos.