Teatro à(s) Quinta(s) - 2025

30 de Janeiro - 19h00


Les Uns Sur Les Autres 

Companhia Certa da Varazim teatro (Póvoa de Varzim)

Jean herdou da mãe um pequeno pedaço de terra no sul e decide mudar-se para lá com toda a família. A reconversão foi total: abandonou a cidade pelo campo para cultivar cravos.

A chegada desta nova família à povoação é recebida com grande reserva, já que cada um dos habitantes esperava conseguir apoderar-se daquele terreno, por este ser fértil e ter um poço. Após algumas semanas, o poço seca.. A fonte tinha sido bloqueada a montante pelos aldeões, com o objetivo de desmotivar Jean…

Montado num burro, Jean tem que percorrer quilómetros para conseguir umas gotas de água para regar as suas flores, o que o leva ao limite do esforço.

Quando todas as disputas, invejas e animosidade são reveladas, como uma bomba-relógio… o fogo cerca a aldeia inteira. A fonte obstruída estava agora completamente seca. O vento siroco e a seca fizeram o resto…

A casa de Jean, localizada numa colina, torna-se o refúgio de todos, humanos e animais.

É necessário refugiar-se cada vez mais alto, e o espaço torna-se cada vez mais escasso.

A proximidade forçada obriga todos a considerarem o valor da partilha, da tolerância e da caridade como essenciais para um futuro comum.

« Les Uns Sur Les Autres » é, na verdade, uma tragédia humana que anuncia o desastre climático que se aproxima.
Bertold Brecht gostava de dizer que, para falar do mundo, é preciso falar da sua aldeia.

Bem-vindo a Venasque, nos Alpes da Alta Provença.

A aldeia de Jean é o palco desta história.


Direção Lionel Ménard Elenco Alexandre Sá, Eduardo Faria, Joana Luna, Joana Soares, Vanessa Vieira da Cunha Sonoplastia Aníbal Andrade Cenário Natália Terlecka Desenho de Luz Eduardo Faria e Lionel Ménard Operação de Luz Ana Patrícia Silva Figurinos Adélia Agra Design +ou-design 


75m I M/6

27 de Fevereiro - 19h00


Dilema Capital

Astro Fingido (Paredes)

Em “DILEMA CAPITAL — 7 pecados na vida inusitada dos artistas” procuramos reflectir sobre a condição do artista. Partimos da peça de Bertold Brecht (1898- 1956) “Sete pecados capitais” (1933), para nos confrontarmos com o desafio lançado pelo autor: Como não pecar numa sociedade capitalista em que é imperativo desobedecer à moral que nos formou para sermos bem sucedidos? Temos duas personagens centrais, a Ana 1 e Ana 2, que com a sua companhia de teatro, correm o país numa digressão, cujo propósito é ganhar dinheiro para adquirir uma casa, ou duas. Se uma é a artista, a idealista, a outra é a pragmática, a produtora, que decide o que se deve fazer para atingir os objetivos da digressão. A dimensão geracional complica opções e visões de mundo. A ira ainda é um pecado, quando se trata de combater uma injustiça? Não será o direito ao ócio confundido com a preguiça? Será a inveja um motor para o desenvolvimento de ideias? Será o orgulho uma necessidade? Como fugir à gula na atual sociedade capitalista? E à luxúria perante as constantes tentações da carne? A avareza ainda é pecado quando vivemos na incerteza da precariedade? A distinção entre pecado e virtude poder-se-á estabelecer a partir da motivação da ação ao invés da ação em si mesma? Poderá a mesma ação ser considerada virtuosa por uns e imoral por outros? Se a criação artística é um modelo de liberdade, em que o homem se auto-realiza, de onde decorre a insatisfação de tantos artistas? “Uma vida melhor” é a aspiração natural que conduz o indivíduo a batalhar por um desafogo material, muitas vezes identificando o seu status social, e mesmo o modo como se vê, com o que possui. A vida artística parece fugir a esta construção, uma vez que o autor é um criador, que se expande pela obra que cria. Mas somos obrigados a perguntar: será viável, num sistema capitalista, fugir às leis do mercado onde o sucesso é o critério de valorização da obra de arte e do artista? Que concessões cada um tem de fazer para agradar, submetendo-se ao mercado? Uma arte domesticada ainda é arte? Brecht recorre à ironia, à sátira, à parábola, às canções, com o objectivo de permitir uma recepção crítica por parte do espectador sobre aquilo que nos inquieta na nossa profissão de fazedores de teatro. Nós seguimos-lhe o exemplo. Sem lamentos e com capacidade de autocrítica.


Direção artísica Ângela Marques e Fernando Moreira Texto dramático Pedro Fiúza Dramaturgia Ângela Marques e Fernando Moreira Encenação Fernando Moreira Música Original Ricardo Fráguas Outras Músicas Prisencolinensinainciusol de Adriano Celentano Apoio ao Movimento e Coreografias Andrea Gabilondo Cenografia Beatriz Prada Som Albrecht Loops Intérpretes Ângela Marques, Inês Sincero, Jaime Castelo-Branco, Nuno J. Loureiro e Tomé Pinto Design Gráfico Atelier d’Alves Fotografia Paulo Pimenta Vídeo Promocional Hugo Valter Moutinho Produção Executiva Susana Oliveira Produção Astro Fingido Coprodução Astro Fingido / 23 Milhas


90m I M/12

29 de Maio - 19h00


Os das Latas de Conserva 

CTB - Companhia de Teatro de Braga

Um espectáculo sobre a memória de um passado futuro.

Edward Bond (1934-2024), dramaturgo, poeta e argumentista britânico. Autor de muitas e importantes obras, entre elas a trilogia Peças de Guerra, sobre o depois de uma guerra nuclear, onde se inscreve esta “Os das latas de conserva”. Bond “poeta de uma época de crises”, o ensaísta que devolveu ao teatro a sua força subversiva e um dos primeiros a provar a Adorno que pode / deve haver poesia de pois de Auschvitz, “o teatro contemporâneo é o que dá conta de dois acontecimentos – os campos de concentração e a bomba. Dramaturgo do- pós holocausto e cidadão de Auschwitz, de Hiroshima e do mundo humano que que ainda está por construir, como afirma em Autobiografia.

Estamos, com esta criação, no centro daquilo que podemos designar como exemplo paradigmático do MEDO que assola a Europa e o Mundo. A real possibilidade de uma guerra nuclear. Texto premonitório de Bond e que reganha hoje uma brutal actualidade.

Afinal, que acontece a um grupo de pessoas que sobrevivem dezassete anos depois de uma guerra nuclear?   

Fique para ver!

Dramaturgia, encenação e espaço cénico Rui Madeira Tradução da peça e textos de apoio Silvia Brito Com a participação de André Laires, Sílvia Brito, Rogério Boane, Valentina Picciau, Solange Sá, Eduarda Filipa, Carlos Feio Participação Especial Coro de Crianças, numa parceria com o Teatro Nacional da Região de Kershon / Ucrânia | Fokina Daria, 12 anos; Kupriianiuk Veronika, 11 anos; Liashenko Yelyzabeta, 8 anos; Shcherbyna Polina, 5 anos; Remez Nastya, 10 anos; Khokhlov David, 9 anos; Tymoshenko Eleonora, 5 anos; Volska Olha, 8 anos; Shcherbyna Anna, 10 anos; Khokhlov Timyr, 6 anos Vídeo Prudkun Maksym Direcção Oleksandr Knyha Iluminação Sérgio Lajas Vídeo e Som Grasiela Muller


90m I M/14

25 de Setembro - 19h00


Lucía, el sol sobre Troya 

Tranvia Teatro (Saragoça)

O " Lucía, el sol sobre Troya" leva-nos até à Grécia Clássica e às histórias e mitos que surgiram a partir de Ilíada e Odisseia de Homero. Uma companhia de teatro esforça-se para ensaiar uma peça que aproxime esses acontecimentos aos espectadores contemporâneos. Assistiremos ao confronto entre Heitor e Aquiles, conheceremos Hécuba, Cassandra, Andrômaca e Helena; Conheceremos o Cavalo de Tróia e a longa jornada de Ulisses por aquelas terras mediterrâneas repletas de seres mitológicos e humanos, de regresso à sua terra, Ítaca. Saberemos também o que aconteceu depois da destruição de Tróia e testemunharemos o nascimento do Teatro, da Tragédia e da Comédia. Uma recolha dos mitos clássicos, deixando para a posteridade uma reflexão profunda sobre o ser humano, sobre as guerras e o poder, sobre os homens e mulheres que habitam a Terra... Electra, Clitemnestra, Agamemnon, Tirésias, Lisístrata, Lampitó, Cleónica... Luzes e sombras. Tragédia e Comédia. "Lucía el sol sobre Troya" é uma comédia luminosa para o espectador de hoje, que liga o passado ao presente. Um passeio lúdico, sem dúvida, que diverte o espectador e que, por sua vez, apresenta os temas que a Grécia Clássica tratou, descobrindo a sua total contemporaneidade. Uma obra que convida à vida e que recolhe os ecos do passado para falarmos dos nossos dias.

Intérpretes Jesús Bernal, Ana Cózar, Daniel Martos Cenário  Cristina Yáñez, Fernando V. Labrador Iluminação  Fernando Vallejo Figurinos  Jesús Sesma Espaço sonoro  Epitafio de Seikilos (anônimo) Audiovisuais  Tranvía Teatro Direção de produção  Fernando Vallejo


60m I M/16

Espectáculo inserido no Circuito Ibérico de Artes Cénicas

Share by: