"Diálogo de Sombras" aproxima-nos de um empolgante e hipotético encontro entre dois dos grandes dramaturgos do teatro espanhol: Ramón María del Valle-Inclán e Federico García Lorca. O encontro acontece num lugar indefinido, numa espécie de loop eles encontram-se e encontram-se de novo e de novo, uma vez que morreram, ambos em 1936, um de "velho", outro de "mal morrer".
No entanto, no meio desse "nada" aparece a Presentation Girl, uma jovem alegre que atua como assistente e que vai garantir uma e outra vez que eles não estão mortos, mas sim que são dois loucos trancados num hospital psiquiátrico.
As cenas sucedem-se, os livros são abertos e aparece a magia do teatro, com pequenos fragmentos e cenas de algumas das obras de ambos os autores. Cenas tão reais que chegam a abalar as crenças de uns e de outros.
A dúvida, então, é servida: trata-se de dois loucos, trancados num hospital? Ou eles são realmente Lorca e Valle Inclán, forçados a ficar juntos na outra vida? A apresentação da jovem está certa ou ela é na verdade apenas mais uma mulher morta, também vítima da Guerra Civil, da fome ou da doença?
Divertimento e drama em partes iguais nesta peça singular onde os risos e melancolia, o popular e o culto, o real e o onírico, o passado e o presente, a vida e a morte, se misturam na cena ao redor desses dois grandes autores. Um reflexo nas luzes e sombras da época em que viveram e morreram, uma jornada tragicómica sobre alguns episódios das suas vidas, uma reflexão cheia de vida e paixão para o teatro, para a palavra, para a poesia ...
Dramaturgia Rafael Campos Interpretação (por ordem de intervenção) Ramón del Valle-Inclán – Javier Anós Federico García Lorca – Daniel Martos Niña Presentación – Ana Cózar Espaço cénico Cristina Yáñez Desenho de luz Fernando Medel Figurinos Santiago Giner Composição musical Miguel Ángel Remiro Criação audiovisual Susana Vacas Assistente de direcção/produção Juan Blesa Direcção de produção Fernando Vallejo Direção Cristina Yáñez
Espectáculo inserido no
Circuito Ibérico de Artes Cénicas
“Desumanização” é uma versão cénica do romance "A Desumanização”, do consagrado escritor português Valter Hugo Mãe, prémio literário José Saramago, numa dramaturgia de Zé Pedro, com direcção e encenação de José Leitão, fundador e director da companhia. Esta é uma história de perda, luto e superação que nos faz questionar acerca dos limites (ou sua transgressão) da humanidade. Numa pequena aldeia abafada pela monumentalidade dos fiordes islandeses, Halldora surge em cena a partir da boca de Deus para nos contar como foi lidar com a morte de Sigridur, sua irmã gémea. Como preencher a metade que se perdeu? Como viver pelas duas? Como ocupar o outro lado do espelho? Halldora diz-nos que “O mundo mostrava a beleza, mas só sabia produzir o horror”. “Desumanização” é Gelo, Terra e Fogo; é o “corpo interior da Islândia”.
Texto:
Valter Hugo Mãe
Dramaturgia:
Zé Pedro
Direcção e Encenação:
José Leitão
Assistência de Encenação e Interpretação:
Daniela Pêgo
Direcção Musical:
André Barros
Figurino:
Cláudia Ribeiro
Assistente de Figurinos:
Joana Araújo
Costureira:
Marlene Rodrigues
Desenho de Luz e Sonoplastia:
André Rabaça
Espaço Cénico:
José Leitão e José Lopes
Produção:
Sofia Leal
Apoio Fundo Teatral/ C.M.Maia:
Micaela Barbosa
Ilustração do Cartaz:
Rita Castro
Design Gráfico:
Tiago Dias
Fotografia:
Nuno Ribeiro
Vídeo Promocional:
André Rabaça
Tradução para Legendagem em Castelhano:
Jimmy Nuñez
Agradecimento especial
ao Pé de Vento/João Luiz
70 Minutos I M/14
“Isto o vi eu. E continuo viva. E ainda há quem não queira inteirar-se.”
A dureza testemunhal é uma das principais qualidades deste texto seco e sórdido de Aub. Não quero que ninguém me console, diz Emma Blumennthal ao resistir à tentação melodramática e ao esquecimento. Tenta mitigar a sua própria amargura por todas as perdas, encontrando-lhes um sentido e uma missão. E a sua missão é o testemunho, a presença e a denúncia: isso eu vi. Sim! E ainda estou viva. E ainda há quem não queira inteirar-se. As suas palavras assumem uma dimensão enorme e justificam a sua presença diante de nós. Apesar do sofrimento, aquela mulher torturada pela vida e pela história decide ir em frente, viver, lutar e, acima de tudo, recordar, porque como diz: se não houver memória, para que se vive? Isto explica claramente a nossa proposta: romper as fronteiras do silêncio e do esquecimento. Por isso veio, para que nos deixe observar sua miséria e degradação, por isso vamos pôr em cena este texto; para não esquecer aqueles que viveram estas e outras guerras, recordar as vítimas dos totalitarismos aniquilantes e avisar para o perigo de uma sociedade que roça a debilidade. Para reivindicar o valor do teatro testemunho do exílio, como um instrumento vivo e eficaz para interpelar a sociedade."
Ignácio Garcia
Autor Max Aub Tradução Silva Isidoro Encenação e Dramaturgia Ignácio Garcia (Espanha/México) Assistente de Encenação Solange Sá, Grasiela Muller Interpretação Ana Bustorff (actriz convidada) Adereços Grasiela Müller Cenografia José Manuel Castanheira Técnico de Luz Fábio Tierri Técnico de Som Grasiela Müller Figurinos Manuela Bronze Confecção Mónica Melo Desenho de Luz Bogumił Palewic Fotografia Eduarda Filipa
60m I M/12