Teatro à(s) Quinta(s) - 2023

26 de Janeiro - 21h30


Caim ou a Divina Cegueira

Teatro Estúdio Fontenova (Setúbal)

Em "Caim", Saramago narra com ironia e sarcasmo uma versão crítica dos episódios do Antigo Testamento. Caim, o primeiro dos assassinos, deriva solitário pelo tempo e pelos povos, questionando o dogma religioso que tudo justifica, e confrontando directamente o Deus bíblico ancestral, negligente e impiedoso. Em ambos se assomam as imperfeições da natureza humana.

Levamos agora esta história ao palco pela primeira vez em Portugal. Sujeitámo-nos a horas de debate sobre o livro, o autor, a política, a religião e a fé. Seguiram-se ponderações inadiáveis sobre o cartaz, a sinopse, o cenário, os figurinos, a música e a interpretação. Porque é "Caim" uma obra tão revolucionária hoje? O que podemos nós acrescentar às palavras de Saramago? Como pode o humor ser a coisa mais séria do mundo?

Tal como Deus e Caim, a única coisa que sabemos é que continuámos a discutir, e que a discutir estaremos ainda... até ao fim dos tempos. Hoje pensar é um acto revolucionário. Pensemos!


Texto A partir da obra "Caim" de José Saramago Dramaturgia Armando Nascimento Rosa e José Maria Dias Encenação José Maria Dias Assistência de encenação Rosa Dias Co-criação e Interpretação Clara Passarinho, Fábio Nóbrega Vaz, Graziela Dias, João Mota, Patrícia Paixão, Sara Túbio Costa, Tiago Bôto e Wagner Borges Cenografia José Manuel Castanheira Desenho de luz José Maria Dias e Rosa Dias Música Jorge Salgueiro Apoio ao movimento Iolanda Rodrigues Figurinos Maria Luiz Sonoplastia Emídio Buchinho Luminotecnia Rui Alves Fotografia Helena Tomás Vídeo integral e teaser Bere Cruz, Inês Monteiro Pires e Sandro Pereira Música do teaser Sandro Pereira Design de comunicação e produção executiva Tomás Anjos Barão Arranjos e manutenção de guarda-roupa Gertrudes Félix Agradecimentos Elsa Mouzinho, FISIC – Centro de Medicina Física Doutor Rui de Moura e Gertrudes Félix.


100m I M/16

23 de Fevereiro - 21h30


Comer pela Calada

Teatro do Montemuro (Castro Daire) / Cães do Mar (Açores)

A peça situa-se na Serra do Montemuro nos anos 50, época em que a pobreza rural era extrema e as gentes que ali moravam, pareciam estar abandonadas, isto era tão verdadeiro nos Açores como nas regiões rurais do continente.

Dois “primos”, sentados à mesa a comer, discutem os negócios da família. Eles, em comparação com o resto da comunidade, são ricos e o dinheiro faz parte da família há várias gerações. A refeição é interrompida por dois bandidos, que procuram um lugar para se esconderem, tendo estado envolvidos num assalto na estrada nacional N2 e com as autoridades no seu encalço. Um deles está ferido após o tiroteio com a polícia. Entretanto as autoridades chegam e cercam a casa.

À medida que o cerco aperta, vai-se revelando a história desta família e dos intrusos.

Embora a peça seja datada, tem ecos nos dias de hoje, pois fala sobre o comportamento do ser humano, sobre o que faz ou tenta fazer para sobreviver e ganhar dinheiro.

Texto Peter Cann Tradução Ana Brum Encenação Steve Johnstone Cenografia Ana Brum Direção Musical Simon Fraser Interpretação Abel Duarte, Dóris Marcos, Eduardo Correia e Paulo Duarte Desenho de Luz Paulo Duarte e Vasco Mósa Assistência à cenografia e cenários Carlos Cal e Conceição Almeida Direção de Cena Abel Duarte Cocriação Teatro do Montemuro e Cães do Mar Coprodução Teatro Ribeiro Conceição Produção Abel Duarte e Sofia Macedo Assistência à Produção e Comunicação Joana Miranda Agradecimento Beatriz Scotuzzi Fotografia e Vídeo Luís Belo Costureiras Capuchinhas e Maria do Carmo Félix


60m I M/14 

21 de Setembro - 21h30


O Estrangeiro em Casa

Teatroesfera (Queluz)

Nas camas, crianças e pais dormem, ou fingem, ou sonham, ou apenas vivem as histórias de ontem, e de hoje, cheios de horror, fúria e medo. O corpo do avô juntou-se ao de uma criança, dentro do armário proibido, e no escuro, a autodefesa torna-se a autoeliminarão familiar. É então que o estrangeiro aparece, empurrando sorrateiramente a porta, e entra, como um diabo negro, há tanto aguardado... junto à lareira tudo esfumaça!“O Estrangeiro em Casa” de Richard Demarcy é encenado por Paula Sousa, que pretende criar um espetáculo inquietante, mas divertido, num universo absurdo, excêntrico, surreal. “Uma fábula burlesca e trágica, escrita a partir de muitos acontecimentos reais da sociedade francesa contemporânea. Numa época em que o medo e a recusa xenofóbica do outro vai ganhando muitos seguidores.” (R. Demarcy) São recorrentes em Portugal práticas relativas à tensão entre o nativo e o estrangeiro, o imigrante ou o refugiado; entre os que reclamam primazia no acesso aos bens sociais e os que, na sua diferença étnica, cultural, religiosa, resultam diabolizados pela desconfiança e pelo medo.

Texto: Richard Demarcy Tradução e Adaptação: Luis Vasco Encenação: Paula Sousa Assistência de Encenação: Adriana Ribas Interpretação: Alberto Magassela, Ana Landum, Fernando Gomes, Isabel Ribas, Jorge Estreia, José Nobre, Paula Sousa, Tiago Ribas Música Original: Pedro Branco Cenografia: Paula Sousa, Marta Fernandes da Silva, Ricardo Trindade Figurinos: Ana Landum, Rafaela Mapril Desenho de Luz: El Duplo Operação de Luz e Som: Adriana Ribas Contra-Regra: Carlos Vinicius, Paula Sousa Operação de Drone: António Bartolomeu Arranjos Musicais: Afonso Branco, Pedro Branco Mistura e Masterização: Moz Carrapa Fotografia Cartaz: Rui Carlos Mateus Design Gráfico: Alexandre Antunes Execução Cenário e Adereços: Marta Fernandes da Silva, Ricardo Trindade Costureira: Maria das Dores Landum


120m I M/12 

23 de Dezembro - 21h30


O Estrangeiro

CTB - Companhia de Teatro de Braga / AKROAMA- Teatro Stabile di Innovazione e Ricerca della Sardegna

O sentido do absurdo de uma vida onde a morte e um assassinato aleatório podem conduzir a uma nova consciência do ser e do sentir. E onde um exercício sobre a memória, numa espécie de interrogatório para memória futura, pode reconduzir a uma espécie de Via Crucis que conduza a um novo futuro. Voltamos a Camus, aprofundando a razão do porquê da escolha e interrogando Outros, neste caso, directores, actores, estudiosos da Obra, críticos, sobre a razões que conduziram Camus aos palcos, nacionais e europeus. A importância da reconstituição da Memória individual para entender o Presente colectivo.

Autor: Albert Camus; Adaptação: Lelio Lecis; Encenação e Dramaturgia: Lélio Lecis; Assistente de Encenação: Julia Pirchl; Interpretação: Rui Madeira, Solange Sá, Eduarda Filipa, António Jorge, André Laires, Rogério Boane, Carlos Feio; Espaço Cénico: Valentina Enna; Figurinos: Marco Natari; Guarda Roupa: Raquel Ribeiro; Desenho de Luz: Sérgio Lajas; Montagem: Fernando Gomes


75m I M/12 

Share by: