Ora muito bem, este Fazer a Festa – Festival Internacional de Teatro para a infância e Juventude é a primeira edição depois das quarentas já realizadas, portanto um novo primeiro dia do resto das nossas vidas.
Este ano ocorre de 29 de junho a 3 de julho e realiza-se, como é habitual, nestes últimos
anos, no concelho da Maia. A sua abertura será no Grande Auditório do Fórum da Maia e a restante programação no Auditório e Jardins da magnífica Quinta da Caverneira em Águas Santas, entre espectáculos ao ar livre, todos de entrada livre e outros no Auditório.
A organização, como sempre, pertence ao Teatro Art'Imagem e conta com a colaboração da Câmara Municipal da Maia e o apoio do Ministério da Cultura através da Direcção Geral das Artes.
O certame conta com 7 espectáculos protagonizados por 5 companhias portuguesas, uma galega e uma co- producao franco-espanhola e dela falaremos mais adiante. Conta também com uma exposição "Fazer a Festa – Ecos na Comunicação Social”; uma Tertúlia denominada "O Teatro para a Infância e Juventude nos meios de comunicação: divulgação e crítica” e o lançamento do número 5 da revista "Novos Cadernos Fazer a Festa".
Esta edição presta uma singela homenagem a Jorge Mendo, que nos deixou recentemente, e que foi um elemento preponderante na companhia e do Festival desde os anos noventa até aos primeiros anos do século vinte.
Nunca é demais lembrar que este Festival é um dos mais antigos que se realiza em Portugal e nunca deixou de se fazer, mesmo em anos, muitos, de vacas magras e do auge da pandemia.
É caso para dizer que todo este passado nos tem levado ao futuro e é para nós razão maior para continuar a existir, mesmo que redimensionado a nossa intensa actividade de estrutura mista, de criação e programação.
Então que teatro vos propomos?
No dia da abertura, "Mascarada" pelo Astro Fingido pelas 21h30 na quinta-feira dia 29/6 no Grande Auditório do Fórum da Maia, uma peça para M/6 anos em Estreia Absoluta, que explora o jogo de ocultação e desvelamento provocado por máscaras, físicas ou imateriais.
No sexta, 30/6 também no mesmo horário, mas agora na Quinta da Caverneira, como todos os espectáculos seguintes, será a vez de vermos "O Estado do Mundo (quando acordas), pela Formiga Atómica, que nos fala de um rapaz de 8 anos que tem muito que fazer e todos os dias consome e deita muita coisas para o lixo. A certa altura dão-lhe um estranho brinquedo que o leva a fazer uma viagem por um mundo que não conhece e que lhe mostra o quanto o planeta está doente e precisa de ser salvo antes que desapareça. Esta peça é para M/12.
Na noite de sexta, 1 de Julho, nos Jardins da Quinta da Caverneira, pelas 21h30 apresenta- se o Teatro de Montemuro com "Mentira a quanto obrigas", para M/12 anos, com verdades e mentiras leva-nos a conhecer dois jovens irmãos, Francisco e António, o primeiro gostava de caçar, andar entre montes e até falar com passarinhos, o outro era um poeta e um sonhador e falava com os peixes.
Eram ambos pastores. Tinham tudo para ser felizes na sua aldeia. Tudo? Não, porque não tinham, às vezes, rede para o telemóvel. Entretanto uma pequena mentira, acaba por os transtornar e então aparecem, para atrapalhar, outras ainda maiores...
Sábado, 2/7, começa nos jardins às 17h, com os "Nino&Mambru - Moving Compass Theatre e para M/3 anos e é inspirado no cinema de Bucha e Estica, Charlot e Buster Keaton, com máscaras e acrobacias, esgrima, mimo e improvisação...e a aparição de uma personagem chamada Ada, uma personagem cúmplice que ajuda o desenrolar da comédia.
Pelas 21h30 sobe a cena no Auditório "Plastikus", do Krisalida, um cromático espectáculo de marionetas, que nos conta a vida de Ondina, uma menina que vive junto às ondas do mar, brincando entre a espuma branca e fresca. De repente essa espuma começa a trazer objectos estranhos e que tornam as ondas cada vez mais escuras e mal cheirosas e foi assim que apareceram os Plastikus que transformaram a beleza do seu lugar num inferno...
O último dia do festival inicia-se também nos jardins o belo conto "O Principezinho", pelo O Nariz, M/6 anos, um encontro de amizade entre um aviador que caiu de um avião num pequeno planeta, onde viviam sós o Principezinho é uma rosa. Desse encontro de solidões muitas histórias contaram um ao outro, ficando ambos amigos para sempre
Terminamos pelas 19h00, no Auditório, para M/12, com "Nenos da dos galegos Perez&Fernandez/Centro Dramático Galego, que nos dão a conhecer uma história verdadeira passada em 1803, da ida de um grupo de meninos órfãos galegos que são levados para o México de barco, para servirem de cobaias na vacinação da varíola, uma epidemia que então graça no continente americano. Esta peça ganhou o Prémio Maria Casares da Melhor Peça Infantil do Teatro Galego em 2021. Também esta, uma estreia em Portugal.
E assim e como é da praxe, terminaremos com os cantares de parabéns e uma pequena festa à volta de um bolo festivo. Esperamos que tenham um bom Fazer a Festa e bom Teatro para todos e em especial os mais novos.
José Leitão - Diretor Artístico do Teatro Art’Imagem