43º FAZER A FESTA - CUMPLICIDADES
O Fazer A Festa está aí. E, como tal, estamos em festa.
Sob o lema Cumplicidades, o festival este ano presta a sua homenagem ao Festival Sementes, organizado pelo Teatro Extremo, de Almada. Festival e companhia das nossas redes de afectos cúmplices.
Pondo em perspectiva; um exercício que tentamos todos os anos: será que depois de tantas edições e muitas aventuras, momentos felizes e alguns dissabores, o festival poderia, naturalmente, apresentar manchas de cansaço, ou até, de certo modo, algum decréscimo das ilusões primordiais que o projectaram como um dos eventos teatrais mais assíduos e longevos do país?
Nada mais longe da verdade. Concluímos. Pois, a sua marca distintiva é, precisamente, o brio e o espírito de aventura que nele depositamos. Sim, assumimos a aventura, uma vez que se adequa ao contexto etário para o qual o festival é programado. Cada edição é sempre o primeiro: o primeiro amor, ou o primeiro dia das nossas vidas. Mais que uma missão, é um acto de comunhão vital entre todos os que o tornam possível: as nossas prestimosas cumplicidades.
E somos muita gente. Promotores e artistas, companhias das mais diversas proveniências, nacionais e internacionais e, principalmente, o público que todos os anos faz questão de marcar a sua presença de forma massiva e espontânea ao conjunto da sua programação, feita com uma noção clara de eclectismo e apuro qualitativo de propostas.
Não é simples, contudo, reinventar e fazer a curadoria de um festival que, sendo temático e tão específico nos seus pressupostos, acaba por deparar-se com obstáculos também eles bastante específicos no momento de adequar o propósito à concretização. Depois, há questões ao nível da conciliação de agendas, por exemplo, em que é necessário um maturado trabalho de coordenação e produção, nem sempre possíveis de gerir de acordo com o pretendido. Mas, fundamentalmente, existem as limitações de um orçamento reduzido, que se fazem sentir sobretudo no que diz respeito a contratos e à formalização de propostas às companhias a serem programadas.
Apesar de tudo, não há que duvidar, torna-se necessário abraçar ainda mais o propósito, de forma comprometida, e não recuar sob qualquer pretexto quanto a eventuais adversidades. Se o objectivo é fazer a festa, então há que fazê-la acontecer. E que a festa se faça com todos vós, companhias, público e gente amiga que, incansáveis, e de forma abnegada nos têm acompanhado ao longo desta imensa trajectória. Por tudo isso, Cumplicidades, pareceu-nos o acerto mais óbvio para celebrar essa grata e indispensável comunhão.
Durante doze dias serão apresentados 12 espectáculos diferentes, com dezasseis sessões na Quinta da Caverneira e uma extensão no Grande Auditório do Fórum da Maia e na Feira do Livro da Maia. Estarão presentes 14 companhias, dez nacionais (Teatro Extremo, Universo Paralelo, Teatromosca, Teatro Art’Imagem, Teatro Regional da Serra de Montemuro/Teatro da Palmilha Dentada, ESTE, Krisálida, Encerrado para Obras, Teatro das Beiras) e quatro estrangeiras (Karlik, Thomas Bakk, Saaraci Coletivo Teatral, La Tête Noir). Contará ainda com um concerto, uma Hora do Conto, um espaço do livro com títulos para a infância e juventude, uma exposição e homenagem ao festival Sementes (um festival de teatro para a infância), uma residência artística, uma oficina de teatro para crianças e um debate com a participação de nomes relevantes no desenvolvimento de projectos em Portugal e no estrangeiro; um concurso de dramaturgia aberto à comunidade; e um acompanhamento crítico ao festival com uma mesa redonda de discussão final.
Eis, portanto, o convite: venham fazer a festa connosco, e que valha a pena, como tem sido ao longo destas quarenta e duas edições. Que seja um bom 43º Fazer a Festa para todos os que se dispuserem a desfrutá-lo.