A presente edição do Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia, a 24 ª, realiza- se no ano em que o Concelho da Maia celebra 500º aniversário da outorga, pelo Rei D. Manuel Primeiro, do seu Foral.
O humor, sobretudo o carácter mais cáustico, com claros propósitos de critica social construtiva, é um dos elementos mais consistentes da herança cultural Maiata e que continua, hoje em dia, bem presente.
Esse particular gosto pelo humor inteligente é, muito provavelmente, a razão principal que está subjacente ao enorme apreço e carinho que os Maiatos têm pelo FITCM iniciativa da Câmara Municipal da Mia, com produção do Teatro Art’Imagem.
Na verdade, ao longo das suas edições, este Festival tem sido uma prova irrefutável que humor é uma manifestação inequívoca da inteligência humana e um dos mais poderosos instrumentos de luta em prol de uma sociedade mais justa. O humor ao mesmo tempo que é desarmante, é demolidor na destruição de preconceitos, sendo um dos melhores “completos energéticos mentais” para a reflexão cultural, social, política, económica e espiritual profunda.
É nosso desejo que a 24ª edição do Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia, faça justiça às edições anteriores e que continue a ser uma das mais importantes iniciativas culturais do País.
O Presidente da Câmara Municipal da Maia
António Domingos da Silva Tiago
O Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Maia
De 4 a 13 de Outubro de 2019 realiza-se a 24ª edição do Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia (FITCMaia), uma iniciativa da Câmara Municipal da Maia em colaboração com o Teatro Art´Imagem, com a presença de 21 companhias, 10 portuguesas e 11 provenientes de várias regiões de Espanha, da nossa vizinha Galiza ao País Basco, França, Itália, Grã-Bretanha, Bélgica, Ucrânia, Estados Unidos e Argentina. Serão apresentadas pela primeira vez e em estreia em Portugal 7 espectáculos de companhias estrangeiras e 2 nacionais de grupos portugueses.
Durante 9 dias, já que a 6 de Outubro não haverá espectáculos devido Às eleições para a Assembleia da República, cerca de 150 profissionais das artes de palco estarão presentes na cidade da Maia, no ano em que o Município celebra os 500 anos do seu Foral, para apresentar em 25 sessões de 24 espectáculos diferentes que celebram o Teatro através das suas vertentes cómica, do humor e do riso, numa diversificada gama de propostas artísticas que atravessam várias disciplinas e técnicas clássicas até às abordagens contemporâneas, questionando o homem e o seu mundo, na função mais importante desta tão antiga arte que ao vivo confronta públicos e artistas com a fragilidade e força da nossa própria condição humana.
O primeiro dia do Festival, sexta dia 4, começará na Praça do Município às 21h30 com a apresentação dos madrilenos do Kambahiota Troupe com um espectáculo de circo contemporâneo “Vaya Circo”, onde o humor, as acrobacias aéreas e a destreza técnica e artística dos intérpretes nos farão passar bons momentos de alegria e tensão perante os seus divertidos e arriscadas proezas. A seguir, às 22h30 e no Grande Auditório do Fórum subirá a palco o actor portuense Óscar Branco e sua companhia Atitudes para a estreia de “Humor Próprio”, uma peça em estreia nacional que comemora os 40 anos da sua vida artística e em que o FITCMaia se junta numa homenagem ao actor que durante estas 24 edições foi presença constante na sua programação.
Sábado, dia 5 de Outubro, no Exterior do Fórum, às 16h00, poderá ver-se a peça “Tentacion Divina” para todos os públicos da Argentina Maité Estebn Oliva e o seu grupo Maiclown, em que o deus Mercúrio, disfarçado de anjo, desce À terra para desastrada e desastrada e divertidamente conhecer os humanos. Às 21h00 teremos a presença dos Kopinxas com o “D. Quixote” e seu cavalo Rocinante mais Sancho Pança que imagina à sua volta moinhos, inimigos e aventuras do arco da velha, antecedendo o espectáculo das 21h30 no Grande Auditório que será protagonizado pelo Teatro do Montemuro e os britânicos do Absolute Theatre denominado “4 Clowns do Apocalipse” que nos farão rir com um fim do mundo bem engraçado e que se não concretiza. Este sábado termina às 23h00 com a estreia em Portugal de “Soñando a Chaplin” uma homenagem a Charlot do espanhol Jesus Puebla Mimo.
Depois da pausa de domingo, dia 6, devido às eleições para a Assembleia da República, teremos na segunda, dia 7 às 21h00, no exterior a presença de Gonçalo Mendes da Maia e de Afonso, o príncipe que foi rei, numa comédia de rua “Poderia indicar-me…para trastamires?” de um novo grupo de teatro chamado TriActo e que mescla história(s) e modernidade das Terras da Maia. Pelas 21h30 a sempre Benvinda companhia Chapitô apresentar-se-á com “ATM” contando à sua maneira uma história de um lugar, talvez Portugal e de quatro vidas que se expõem ao publico, no registo a que já nos habituamos e tão bem cultivado por este colectivo que conjuga o gesto e a palavra, o movimento e a imagem nos trabalhos que com humor e mestria levam a palco e que tão bem nos fazem pensar e ao mesmo tempo divertir-nos.
Dia 8 , terça, 21h00 em cenas de rua pela mão do Encerrado para Obras teremos duas personagens que “vagamente” nos fazem lembrar um jovem casal de assaltantes do Banco e que o cinema celebrizou na peça “Boldie&Cloide”, uma cantora e um músico numa viagem musical pelos loucos anos 20, para depois Às 21h30 e através do Cecilianos do Dandy Danno& Diva G assistirmos aos espectáculo “Los 4 Cobres”, uma magnifica combinação da máscara, do teatro físico e da arte de palhaço e da comédia musical, num atribulado trama familiar, pai, mãe, filho e filha com a internet de permeio.
Quarta, dia 9 e Às 21h00 voltam os do TriActo com “Senha 1519”, uma estreia nacional de uma alegre performance em ano de celebração dos 500 anos do Foral da Maia, para às 21h30 e num espectáculo que os tão aclamados Yllana nos propõem chamado “Solo Fabiolo”, uma comédia para conhecer-mos na primeira pessoas, Fabiolo de La Mora y Leja, tenista, uma personagem dos nossos dias, cabelo antiderrapangte, mais dinheiro que neurónios e que nos vai abrir o seu coração transbordando de amor pelas “pessoas humanas”…que de tudo sabe e fala e tem uma opinião definitiva…como tantas pessoas que conhecemos.
Dia 10, quinta pelas 21h00, teremos de novo o Encerrado para Obras agora para nos apresentarem “Da Cruz One Man Band”, um Homem-Orquestra que toca nada mais nada menos de que 17 instrumentos em simultâneo e em andamento, um feito invulgar. Pelas 21h30 será a vez dos francesos da Cie La Bolubilie nos apresentarem um espectáculo singular que mistura várias técnicas e disciplinas desde o teatro físico, mimica, movimento, clown e música, num “duelo” entre um cliente com uma imaginação desbordante e um emprego de café taciturno e desagradável que tudo faz para o contrariar.
O Misterioso Caldeirão da Bruxa é a proposta do grupo Boca de Cão que às 21h00 abre a programação do dia 11, sexta-feira. Dois aprendizes de uma bruxa passeiam-na por entre o publico com um caldeirão cheio de feitiçarias e que, com a sua cumplicidade, vão procurar ajudar os que sofrem das maleitas da vida. Pelas 21h30 acontece um dos momentos mais esperados, a presença do inigualável Leo Bassi na sua mais recente peça “Yo, Mussoline” provocatória e de humor corrosivo, um alerta teatral e artístico sobre o estado das coisas no mundo, contra a intolerância política e o ascenso da extrema-direita e das manifestações que procuram normalizar um discurso fascista de má memória. Não é só para rir e ficarmos indiferentes é, segundo Bassi, um encontro para “Resistir” com inteligência e senso de humor contra quem utilizando o medo e a mentira nos quer atirar para um abismo. Termina esta jornada com o Trigo Limpo - Teatro Acert que nos apresenta “Fogo”, espectáculo cómico e musical para exorcizar o medo, jogando com as emoções que a palavra fogo nos propõe, do amor, da paixão e também da destruição, tudo à volta de uma fogueira.
Sábado, dia 12 começa Às 16h00 com a Cia Shakti Olaizola, do País Basco, oferecendo-nos uma peça chamada “Baldin Badán” em que uma endiabrada pintora e um paciente músico fazem de tudo em palco. Ela pinta com os pés, faz equilíbrios impossíveis, cantam imposições desconcertantes… sempre acompanhada de melodias e habilidades musicais do seu companheiro. Circo, teatro, música e pintura ao vivo. Mais tarde, pelas 21h00 será o momento teatro-musical com “A Chiquelateira” que o Encerrado para Obras faz a sua última representação no Festival, com dois chefes chegados da Chocolatonga e que, com um estranho carro nos querem dar a provar o melhor cacau do mundo. Às 21h30 voltam ao Festival os famosos e hilariantes “palhaços” e “pantomineiros” do Mimirich , da Ucrania com “Los Sombreros Locos” para nos fazerem rir a bom rir, com as histórias que inventaram, em que entram chapéus e penteados, danbças exóticas, barbatanas, acrobacias, malabarismo e muita interactividade com o público. Termina a noite às 23h00 com “Memórias de um Labrego”, contado e representado com mestria pelo galego Cándido Pázo e que nos dá a ver, com humor e emoção a partir da história de um menino camponês o que era a Galiza nos anos 40 do século passado.
E derradeiro dia do Festival inicia-se às 16h00 de domingo 13, com o Theater Gili Gili, da Bélgica, que apresenta “Clown Barto” um idiota cómico que exibe o seu espectáculo numa corda banda utilizando feitiços e contorcionismo para chamar a atenção dos espectadores. Uma personagem gentil mas às vezes completamente louco que nos mostra números bastante invulgares. Às 21h00 haverá “O Estrambólico Circo” a terceira incursão do TriActo nesta edição. Veremos um malabarista que não sabe contar, um gladiador que queria ser palahaço e até um domador de formigas. É entrar, é entrar, meninas e meninos! O último espectáculo do FITCMaia às 21h30 é do Teatro Meridional que nos deleitará com uma alegre “feira dell´Arte”. Entram no jogo Columbina e Zanni criados de Pantalione, mais Isabela e Octávio… num verdadeiro jogo de quiproquós, amores e desamores e um final inesperado. Esperando que esta programação corresponda ao padrão de exigência e qualidade com que o publico está habituado neste Festival, desejamos a todos um Bom Festival.
O Director Artístico FITCMaia
José Leitão